Sem conseguir vaga no abrigo, você não tem outra alternativa a não ser continuar na rua. Nesse contexto e já em um estágio avançado da gestação, você sente muitas dores. Elas não parecem normais, ainda mais quando comparadas à sua gravidez anterior.
Será que algo está errado? Será que isto poderia ter sido evitado se você tivesse feito o pré-natal? – com tristeza, você se questiona.
Por outro lado, você sabe que se tivesse conseguido vaga no abrigo as coisas seriam diferentes. Você se lembra também porque optou por não realizar o pré-natal: não poderia correr o risco de, mais uma vez, ser separada de seu bebê… Você sabe que, embora duvidem da sua capacidade, tudo é uma questão de oportunidade… E se te fosse dado a oportunidade, você faria o possível para ser a melhor mãe…
Suas amigas, com truques que aprenderam em suas gestações na rua, te ajudam a amenizar as dores e, mesmo com dificuldade, você consegue seguir com a gravidez.
Poucas semanas depois, você sente contrações durante algumas horas. Elas ficam cada vez mais frequentes e, então, percebe que entrou em trabalho de parto.
Nessa hora, sozinha na rua, você fica sem saber o que fazer: ir para a maternidade e correr o risco de te separarem do seu bebê, ou evitar que isto aconteça e correr todos os perigos de parir na rua, sozinha? Qual decisão tomar?