Durante o pré-natal, as agentes do Consultório na Rua sempre te falam sobre a importância de ter acompanhamento médico e familiar durante a gravidez. Preocupada com a saúde da sua filha, você decide procurar ajuda da sua tia Maria.
Ela ainda vive na mesma casa e, depois de alguns dias criando coragem, você finalmente vai até ela.
Ela te deixa entrar e aceita conversar: você explica sua situação, conta de sua bebê, das complicações e dos desafios.
Embora ela fique sensibilizada por conta da gravidez, e permite que você fique na casa dela, não te recebe muito bem. Após algumas semanas, a convivência torna-se insuportável.
Você começa a sentir os sintomas da abstinência das drogas e a casa da Tia Maria é longe do CAPS AD onde você poderia buscar ajuda.
Sua tia não sabe o que fazer e a situação começa a deixá-la impaciente. Antigas brigas vêm à tona.
A todo momento, ela deixa claro que não tem condições de sustentar mais uma pessoa, quem dirá mais duas quando a criança nascer. As agressões verbais escalam, e Tia Maria diz que preferia cuidar apenas da criança, sem ter que se preocupar com uma mulher adulta e inútil como você. Você não se sente bem com isso e teme que Tia Maria use todas as vulnerabilidades que conhece sobre você e sua vida para acionar o Conselho Tutelar para ficar com a bebê quando ela nascer.
Você se estressa muito com tudo o que ela diz, e não tem condições de trabalhar para ajudar na casa.
Quem contrataria uma mulher prestas à dar a luz? Onde a criança ficaria para você trabalhar sem vaga em creche integral? Para evitar mais desentendimentos, você resolve voltar para a rua.