Na manhã seguinte, você consegue um horário para falar com Mônica, que estava no serviço de acolhimento. Ela te explica como fazer para ir ao Poupatempo e tirar uma segunda via dos seus documentos, já que todos ficaram na sua casa, com seu ex-marido.
Ela confirma o que a Defensoria afirmou sobre os documentos, que eram necessários ao pedido, e pergunta se lá não te deram nenhum encaminhamento escrito, explicando o motivo pelo qual você precisava dos documentos ou, ainda, um ofício para você levar ao Poupatempo para tirar seus novos documentos.
Você responde que não te deram nada disso, e você vê no rosto dela uma certa decepção. Ela faz um pequeno papel escrito que você era atendida por aquele serviço, e explicando detalhadamente o que você precisava e quais documentos. Ela te pergunta se você tem antecedentes criminais ou algo assim, pois já conhece casos de pessoas que passaram por situações péssimas nesses locais em razão disso. Você explica que não possui antecedentes.
Mônica te dá o documento e você o leva ao Poupatempo. O atendimento transcorre de maneira tranquila, você chega, entra na fila e entrega o papel para o atendente. Pelo visto, Mônica escreveu ali quase tudo que ele precisa saber. Não é simpático, mas as perguntas são poucas e rápidas. Em algumas horas você sai com sua segunda via dos documentos em mãos, e tudo parece estar caminhando para algo melhor e mais tranquilo do que sua vida estava sendo nos últimos meses.
Você retorna ao centro de acolhida o quanto antes, para garantir a sua vaga. Chegando no espaço você vê algo que te revolta. Aquele atendente que fora tão mal-educado contigo estava no quarto feminino, e parecia estar mexendo nas coisas de outras mulheres que estavam acolhidas lá. Na hora, você grita assustada pois não imaginou que alguém estaria lá, ainda mais um homem, no quarto. Ele olha para você enfurecido com seu grito, e logo chegam outras pessoas no quarto para ver o que estava acontecendo e o veem ali, onde, afinal, ele não deveria estar.
Na manhã seguinte a gerente do serviço vem conversar e te pergunta o que tinha acontecido naquele momento. Você fica em dúvida. Se falar que havia visto aquele funcionário mexendo nas coisas de outra acolhida, poderá ficar em uma situação complicada. Por outro lado, o funcionário já estava te olhando com cara de quem parecia querer se vingar a qualquer momento, desde o ocorrido na noite anterior, e você teme por sua segurança.