Carta

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Você comparece ao Núcleo de Convivência para Adultos em Situação de Rua, após a indicação de algumas pessoas da rua sobre onde era o espaço. É ali que Mônica trabalha. Mônica fica feliz em vê-la e pergunta como pode te ajudar, se você quer ficar ali um pouco, usar o banheiro. Você aceita e passam a conversar um pouco mais sobre sua vida.

Você conta para Mônica sobre Sol e André com mais detalhes, sobre como gostaria de ver sua filha e sobre como beber tem sido a única coisa que te acalma nesses meses de sofrimento. Mônica te fala aquilo que de alguma forma você já sabia: não será fácil recuperar Sol e sua vida, mas sem dúvidas será mais difícil se você continuar bebendo o quanto você está bebendo. Mônica, no entanto, não fala para você parar. Ela te fala sobre substituir a bebida aos poucos, buscar lembrar mais das coisas que te faziam feliz. De todo modo, isso é algo para depois.

Mônica começa a tentar organizar com você os próximos passos. A vaga que ela pode te ajudar a conseguir hoje é uma vaga de pernoite, apenas. Vocês precisarão tentar uma vaga fixa, o que não é fácil em São Paulo e, ainda, não há filas transparentes para você saber quanto tempo isso vai demorar. Você precisará de documentos novos e até mesmo procurar a Defensoria Pública, para tentar estar com sua filha. Tudo isso parece muita coisa, e você tem medo de desistir. Parece que isso aconteceu com outras mulheres.

Será que você terá a mesma força que elas para seguir em frente?

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Pernoitar num centro de acolhida e buscar ajuda para obter seus documentos e rever sua filha