Falar com a Mônica foi bom, é verdade. Mas a verdade é que mexer com tudo aquilo não te deixou nada bem. Você tinha se virado até ali sozinha. Por que precisaria da ajuda de alguém agora? Que a deixassem quieta… Que a tivessem ajudado quando você mais precisava. Quando era jovem, quando morava no abrigo … Você sabia muito bem como as pessoas eram cuidadas nesses lugares. O de adultos, você já tinha ouvido falar. Pulgas nas camas, roubam suas coisas. Não pode beber, não pode sair a noite. Te tiram tudo. É claro que não queria ficar lá.
Nas próximas vezes que Mônica apareceu, você finge que não a conhece, e não a deixava sentar ao seu lado. Ia se virar como sempre fez. E ia resolver a saudade de sua filha sozinha.
Você resolveu, então, tentar um diálogo com André. Queria ver Sol, você devia ter algum direito sobre a casa que viveram, ao menos pegar suas roupas. Ela foi andando até a casa onde morava, dormiu em diferentes pontos da cidade até chegar lá. Não se lembrava de como uma ponta à outra da cidade era tão longe, mas foi possível. Quando apareceu na frente de sua casa, chamou por André. Quem abriu a janela foi uma mulher. André sai pela porta, se exalta, aparenta estar alcoolizado e ameaça matá-la caso você volte a procurá-lo. Você não conseguiu sequer ver Sol. Ela estaria lá na casa?
Maria se vê novamente sem saídas.