Você vai andando até o CAPS e, após se perder um pouco, encontra o serviço. Seu acolhimento inicial foi rápido, talvez rápido demais. Lá te contam que você poderá frequentar os encontros para pessoas na mesma situação que você. Você passará por um psiquiatra e precisará voltar todas as semanas para o tratamento. As informações passadas são rápidas e você está confusa com todas aquelas informações.
Entre um atendimento e outro perde seus papéis de encaminhamento, e uma ansiedade enorme começa a tomar conta de você. Uma das profissionais do espaço começa a falar muito alto e lentamente com você, como se fosse surda. Depois você percebe que ela está comentando com um colega que acha que você veio “chapada” ao atendimento. Mas você não usou nada hoje. Você só se sente fraca e confusa. Para que você deveria tomar todos esses remédios? Onde está Mônica? Por que ninguém te explica nada direito? Por que as pessoas te olham assim?
Você fica nervosa e sai pela porta deixando seus papéis, seus encaminhamentos e todo o resto lá no CAPS mesmo. Você se perde na volta e dorme na rua, não consegue encontrar o abrigo, está desorientada, não sabe que horas são e se já perdeu a vaga no pernoite hoje.